quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Por falar em ervinha...

Falando em ervas, vou falar de uma bastante polêmica: a maconha.
Algumas meninas de um grupo que participo levantaram o assunto sobre o uso da maconha medicinal e o que as demais do grupo achavam a esse respeito.
Eu não vou usar de falso moralismo e falar que eu jamais usaria e todo aquele blábláblá que a gente tá acostumado à ouvir sem nem mesmo estudar sobre o assunto.
A verdade é que existem medicações extraídas dessa planta e que tem ajudado muitos pacientes de dor crônica e de outras tantas doenças degenerativas que causam muita dor. Inclusive eu assisti esses dias atrás, por indicação de uma leitora aqui do blog, o documentário "Ilegal - A vida não espera" (vou colocar o link aí em baixo pro caso de alguém se interessar). Esse filme trata justamente sobre isso e de como pode ser positivo o uso dessa medicação, desde que seja feita de forma correta e prescrita por um profissional que saiba o que está fazendo. Foi incrível ver a diferença no estado de saúde daquelas crianças depois que começaram a usar o CBD. É visível os efeitos que ele tem sobre o organismo.
Lá no grupo as meninas falaram que fumam e tal, e que conseguem um alivio bastante grande da dor.

Bom, eu vou contar aqui a minha experiência com a maconha nesse sentido e espero que as mais caretas me perdoem, mas podem continuar lendo que eu não farei nenhuma apologia a droga e no final vocês ainda vão poder tirar o maior sarro da minha cara, eu garanto!

Bom, eu estava com muita, mas muita dor mesmo e já tinha tentado de tudo que tinha em casa pra aliviar. Foi quando uma amiga falou que sabia como me ajudar e que eu esperasse um pouco que iria na casa dela buscar o que ajudava ela a sentir menos dor.
Fiquei debaixo do chuveiro quente esperando ela chegar, sem saber o que me esperava. A dor era insuportável, mas eu não queria voltar para o hospital.
Nessa época eu não tinha convênio médico e as filas de atendimento do único hospital da cidade onde morava eram absurdas, um dia antes eu tinha passado 8 horas esperando pra ser atendida pra no final o médico me dar uma injeção de profenid e dipirona ( só quem tem fibro entende o ridículo dessa prescrição, mas...). Enfim, voltando a amiga e sua solução misteriosa...
Ela enfim chegou com um montinho de mato seco e um papel. Como eu nunca tinha visto aquilo, fiquei ali, observando ela enrolar o baseado e imaginando como seria.
Ela acendeu, deu dois tragos e passou pra mim, ainda embaixo do chuveiro. Na época eu fumava cigarros, então achei que era só fumar como um cigarro normal. Tomei uma bronca, pois o processo era diferente.
O gosto pra mim era horrível, mas o desespero era maior. Continuei fumando.
De inicio senti um certo torpor, um alivio pras dores desesperadoras e imaginei que tivesse realmente encontrado a solução pro problema. O que eu não imaginava era o que viria a seguir.
Do nada o negócio foi revirando na minha barriga, comecei a sentir enjoo, dor de barriga, a cabeça zonza, a visão embaraçada, uma sensação de que iria cair a qualquer momento e de repente... BUM!!!
Eu literalmente explodi!
Não sabia se cagava, se vomitava ou se chorava de desespero!!! E o pior foi a amiga rindo da minha cara e mandando eu relaxar.
Como? Como se relaxa quando não se sabe pra que usar o vaso primeiro?
Se imagine numa casa onde só há um banheiro e ele está ocupado. Era assim que eu me sentia.
O desespero tomou conta de mim e me enfiei debaixo d'água sem me importar em quem iria limpar o banheiro depois (eu devia ter previsto que seria eu). Foi o que considero o pior dia da minha vida!!!
Quando finalmente comecei a me recuperar do trauma, foi vindo uma fome de doer na alma. Me enrolei na toalha e fui pra geladeira, com a pseudo-amiga me acompanhando de pertinho, pra ter certeza que eu não comeria um pedaço do meu próprio braço naquele momento.
Peguei a primeira cosia que vi pela frente, enfiei numa panela pra esquentar e mandei ver. Não contente joguei farinha e juntei com pão. Só no dia seguinte fui descobrir que a oitava maravilha da fome passada era na verdade o molho de tomate que eu tinha feito pro almoço de domingo. Ainda bem que não foi o mousse...
Bom, a moral disso é que eu peguei um trauma danado do negócio. Não posso nem sentir o cheiro que me dá até arrepio de nojo.
Limpar o banheiro dois dias depois, quando eu realmente me senti melhor, foi o que me fez acreditar que realmente não nasci pra isso.
E no final das contas, eu não sei nem dizer se a dor continuou ou não naquela noite ou no dia seguinte, pois minhas lembranças são muito vagas. O que eu me lembro é que depois de limpar o banheiro (unicamente por que só tinha eu pra fazer isso e ele estava sem a mínima condição de uso - Graças a Deus por eu ter ficado no chuveiro esperando por ela!) me joguei na cama e fiquei mais uns quinze dias com muita dor no corpo. Depois desses quinze dias acabei pagando pelo atendimento em um hospital particular que me cobrou até os 15cm de esparadrapo que usou pra prender o soro no meu braço, mas que foi o que realmente me ajudou a sair da crise.

Atualmente não critico quem opta por essa saída pra se ver livre da dor e acho que essa pessoas são verdadeiramente muito corajosas. Mas a mim não pega mais.
Talvez se um dia o Brasil liberar a medicação a base do CBD ou do THC e elas forem realmente efetivas no combate a dor e não tiverem os efeitos psicoativos da maconha, eu posso até vir a usa-los no tratamento. Mas a planta desidratada como é usada hoje, nunca mais.



https://www.youtube.com/watch?v=I-072T0enO4   - Link do documentário ILEGAL - a vida não espera. Vale muito a pena assistir e desconstruir alguns pré conceitos que formamos a respeito de assuntos como esse!

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