sábado, 11 de fevereiro de 2017

Comer bem, que mal tem?

Quando o médico me disse que eu deveria mudar minha alimentação, para que pudesse obter exito no meu tratamento, eu disse sim na hora. E teria dito sim pra qualquer coisa que ele disse que iria me ajudar.
Eu queria, desesperadamente, me sentir melhor e sem dores, e faria o que fosse preciso para que isso acontecesse.  Eu procurei uma nutricionista e informei que tinha fibromialgia. Pedi uma dieta que ajudasse no alivio das dores e que de quebra não deixasse eu engordar, já que o médico havia me dito que os antidepressivos que eram usados para tratar a doença poderiam ter esse efeito colateral. Ele chegou a dizer que tinha pena de ver pessoas tão magrinhas tendo que tomar essas medicações que engordam tanto. E como a minha tendencia é ser balãozinho, não quis me arriscar.
Cheguei em casa toda entusiasmada e cheia de determinação de seguir a reeducação alimentar que ela havia me indicado. 
 Até passei no mercado pra comprar as "coisas saudáveis" que eu teria que comer!
 Era tanta fruta, verdura, legumes e outras coisinhas, que chegava encher os olhos. Foi uma sacola bem pesada e bem cara. 
Não que eu não comesse essas coisas, mas na boa, sempre preferi a batata frita e não assada. Além disso, pedir pra que eu parasse de comer doces era quase um crime. Mas tudo em prol da minha saúde. 
Senti orgulho da minha alimentação na primeira semana. Segui a risca o que a moça explicou e não vacilei em nenhum momento. Quando chegou no sábado e eu não tinha colocado uma única barra de chocolate na boca, fiquei radiante! Tão feliz, que minha vontade foi comer uma caixa de bombons, só pra comemorar. Mas claro que eu não fiz isso!
Depois da segunda semana eu estava me sentindo até mais magra, mas não com menos dor. 
Lá pela quinta semana eu nem queria mais saber de chá de cidreira, muito menos de suquinho natural. Eu queria mesmo era um belo X-salada, com uma boa coca cola gelada. Ou quem sabe um café bem forte, com biscoito amanteigado de goiabada. Talvez uma barra de chocolate. Brigadeiro!!! Sim brigadeiro é vida!
É lógico que eu não resisti! Enchi a cara de doce no final de semanas e nunca mais retornei à reeducação alimentar, muito menos a nutricionista, pois a vergonha do fracasso não me permitiu.
Bom, a verdade é que essa tal dieta pode ser muito boa pra alguns. Pra mim não foi! Pra mim foi uma tortura tão grande como a dor. E pior! Eu sempre desconto na comida os meus sentimentos, o que significa que naqueles dias terríveis eu não tinha a minha melhor amiga ao meu lado! 
Hoje eu não me privo de nada. A dor continua a mesma, mas eu pelo menos sou feliz. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário