Não é raro vermos pessoas com fibromialgia olharem para outra pessoa com fibromialgia e dizer: "Você não tem fibromialgia, se tivesse ficaria reclamando igual eu...", ou, "Se você tivesse fibro mesmo, ia ver o que é dor, não ia ficar por aí assim...", ou ainda, "Ah, com certeza o médico errou o seu diagnóstico, pois quem tem fibro sofre tanto que não consegue brincar, fazer piada ou ter alegria de viver com a situação..."
Já ouvi essas afirmações acima muitas vezes, de pessoas que sofrem como eu. A diferença entre eu e elas é que eu decidi que não levaria a vida tão a ferro e fogo, resolvi que não é minha condição que determina o meu estado de espirito, e sim o contrário.
Se hoje eu não tenho condição de levantar por que a dor é excruciante, ótimo! Invés de trabalhar igual uma louca, vou ficar deitada aqui e quem sabe mais tarde eu coloque minha leitura em dia?
A fadiga me venceu e não estou conseguindo fazer faxina? Não tem problema! Não vou morrer por que a casa está suja ou bagunçada.
Acabou o dinheiro do remédio? Que pena, vou usar esses R$5,00 que ficou aqui e comprar aquela barra de chocolate mara que vai dar um pouquinho de prazer!
A vida é feita de escolhas, e eu escolhi que não vou me entregar para a fibromialgia, pois sou mais forte que ela!
Se um dia ela me roubar a alegria de viver, então não faz mais sentido viver! Não faz mais sentido continuar lutando!
Sabe, eu acredito que cada um tenha o direito de escolher como quer viver. Cada paciente pode escolher se quer se entregar e viver com fibromialgia, ou se quer lutar e estar com fibromialgia. E eu não aceito que tentem me arrastar para o mesmo estado mental de vitimismo e sofrimento irrefreado.
Eu sou solar, eu sou vida, sou guerreira. Tenho meus maus momentos? Claro que sim! Não sou de ferro!
Mas sei que ninguém quer saber do meu sofrimento, pois cada um já tem os seus. Tento conviver com os meus da melhor forma possível e por isso nos damos bem. A fibro é uma visitante indesejada, mas que como qualquer visitante que aqui chegar, será tratada com o respeito que merece e com a atenção que precise, nem mais nem menos.
Não quero que todo mundo siga meu modelo de ser, não tenho pretensão de ser exemplo de ninguém e tão pouco acredito que eu possa mudar as pessoas. Esse é o meu jeito de lidar com a síndrome.
Se alguém se inspirar e quiser seguir comigo, será super bem vindo. E pode contar comigo pro que precisar.
Para todo o resto, desejo melhoras sinceras e força pra continuar remando contra a maré!
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