Essa medicação é o pomo de discórdia entre médicos e pacientes de fibromialgia.
Também conhecida como Dolosal, Petidina, Meperidina, Demerol ou Piperosal, é um opioide que atua na inibição do sistema nervoso central.
Ela age rapidinho nas nossas dores e assim que é aplicada conseguimos sentir um alivio quase imediato. O problema é que junto com esse alivio vem a sensação de euforia, de bem estar e de leveza, é uma sensação tão agradável que se junta ao alivio das dores que é quase impossível não viciar nessa droga.
Ela é a mais pedida entre os pacientes de fibromialgia quando chegam aos PS da vida e a mais recusada por médicos que sabem os efeitos devastadores dela no nosso organismo.
Não vou negar que muitas vezes, durante a crise, eu desejei que o médico me passasse ela, e mesmo cheguei a sugerir que fosse a conduta terapêutica usada no meu tratamento algumas vezes. Imediatamente após a aplicação já é possível sentir o calor se irradiando no corpo, a sensação de leveza e bem estar e cinco minutos depois uma espécie de depressão e vontade por mais uma dose.
Já usei várias drogas na minha juventude, como cocaína, ecstasy, LSD...
Porém nunca usei nada que fosse meramente parecido com a Dolantina. O prazer oferecido por ela vai além do que eu já experimentei com qualquer outra, e a necessidade de uma segunda dose quase imediata pra conseguir permanecer bem acontece numa velocidade que em nenhuma das outras eu tinha visto.
Honestamente, não vou dizer que nunca mais tomo a dolantina, até por que, infelizmente as vezes ela é a única que efetivamente acaba com minhas dores. Existem outras medicações que poderiam ajudar mais e melhor que ela, além de não serem tão altamente viciantes, mas que não são usadas no PS. Então, não tem jeito...
Mas evito ao máximo!
Eu sei que existem pacientes que são tão viciados ao ponto de não conseguirem admitir que o médico prescreva outra medicação. Tenho amigas que não conseguem aceitar que estão tão afundados no vicio, que se assemelham à algumas pessoas do meu passado, desesperadas pela próxima dose. Fazendo coisas absurdas, como comprar a medicação de pequenos traficantes (enfermeiros que roubam a medicação do hospital), ou exigindo internações longas e arrumando briga para que seja prescrito doses e mais doses dela, sempre alegando uma dor insuportável que não sara com nenhum outro medicamento, por melhor e mais eficiente que seja. São pessoas que não admitem nem sob tortura que sentem prazer com a medicação e que são capazes de qualquer coisa, como um viciado comum seria.
Vejo essas amigas se perderem nessas medicações e por mais que eu tente ajudar, se tem uma coisa que eu descobri com o meu passado, é que só é possível tirar da lama quem quer sair da lama, e que antes de mais nada, elas precisam admitir que têm um problema, para só daí poderem ser ajudadas.
Parece cruel que seja assim, mas não existe outra porta de saída das drogas, seja qual for!
Sou alérgica a muitas medicações como morfina e tramadol. Eles me dão reações absurdas como náusea extrema e coceira generalizada e chego a quase arrancar a pele de tanto coçar, por isso não deixo nenhum médico prescreve-las. Quando preciso realmente ir pro PS as minhas opções são poucas, e por isso evito ao máximo ter que ir.
Quando estou em crise severa, eu tento relaxar o máximo possível, tomo um longo banho quente, deixo a água relaxar meu corpo (sim, eu fico mais de 10 minutos ali, e não, não me sinto culpada com a falta de água no planeta, já que no resto dos dias eu uso apenas o mínimo necessário, além de realizar outras ações pró natureza), tomo um chá de gengibre com cidreira e mel, bem forte. Deito na minha cama e me cubro dos pés a cabeça. Posso tomar também algum comprimido pra dor, ou fazer um coquetel de relaxante muscular com analgésico. Sempre com o conhecimento e concordância do meu médico, que sabe exatamente o que vou tomar nessas crises.
Aliás ter um médico parceiro é o primeiro passo pra qualquer fibromialgico se sentir melhor e mais seguro no tratamento, mas isso a gente fala em outra postagem.
Enfim bonitas, tomem cuidado com a dolantina, pois ela, longe de ajudar, pode acabar piorando a situação e criando um problema que é e difícil solução.
O vício é uma coisa muito delicada e demorada de superar e se a nossa vida já é muito complicada sem ele, com ele a coisa só tende a piorar...
Torço muito pra que essas minhas amigas enxerguem o mal que estão fazendo pra elas mesmas e me esforço muito pra mostrar isso pra elas, embora insistam em achar que eu sou chata e que não quero vê-las melhor. Mas...
Enfim, torço pra que cada um que conseguiu ler até aqui saiba que a dolantina é um remédio que pode ser muito útil quando não existe outra possibilidade, mas que seu uso deve ser restrito à menor dose necessária e que toma-la muitas vezes seguidas pode ser um caminho muitas vezes sem volta, que te trará mais dores e muito mais problemas.
Bjos doces.
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