Pois é queridas (os),
Se antes já era difícil a gente receber até mesmo o auxilio doença, imagina agora?
Eu tenho diagnóstico de fibromialgia, tenho várias hérnias de disco (oito pra ser mais exata) e tenho artrite reumatoide, o que torna muito difícil suportar as dores nas mãos. Tem horas que eu faço das tripas coração para digitar meia duzia de linhas, e as mãos não acompanham o ritmo do cérebro, o que faz com que muitas vezes eu morra de vontade de escrever para vocês, mas que não consiga por causa das dores.
Fora isso, tenho um milhão de laudo psiquiátrico onde meu médico afirma que por causa da medicação tomada por muito tempo e do transtorno de personalidade limítrofe, eu tenho dificuldade de concentração, perda de memórias momentâneas, ausência, dislalia, depressão, baixa auto estima e transtorno psicótico moderado. Pois é, não é fácil, né mesmo? Mas adivinhem o que o perito do INSS acha de tudo isso? Ele acha que estou apta a voltar ao trabalho e chegou a dizer na minha cara que eu não tinha nada que justificasse eu tentar entrar no auxilio doença.
E se antes de toda essa reforma que querem aprovar já estava assim, eu imagino como vai ser a partir da reforma. Quando a pessoa chegar ao INSS para dar entrada na documentação de auxílio doença ou aposentadoria por invalidez, o primeiro documento que eles vão pedir será o atestado de óbito da pessoa.
A coisa tá cada hora pior e a tendencia é prejudicar quem mais precisa.
Eu me pergunto quantas das amigas de fibro recebem aposentadoria, ou sequer o auxilio doença. De cada 100 pessoas com quem eu converso, somente 3 possui algum tipo de benefício, que permita que ela se afaste de suas funções profissionais e continue se tratando.
A verdade é que trabalhamos uma vida inteira para ter direitos e quando mais precisamos deles, não os temos.
Idem o SUS. Esse sistema de saúde de gratuito não tem nada. Ele é muito bem pago por cada brasileiro, mesmo aqueles que nunca usaram. E pra que? Pra um serviço de péssima qualidade, que nos deixa na mão sempre que mais precisamos.
Difícil Hora não tem especialista, quando tem ele está com a agenda lotada por pelo menos 6 meses (tempo que demora, em média, a marcação de uma consulta). Quando consegue a consulta, o laboratório não faz os exames necessários para o diagnóstico, ou quando faz, não tem terapeuta, fisioterapeuta e outros profissionais tão necessários nas nossas vidas.
Não sei o que será da gente daqui a pouco, mas a verdade é que prevejo tempos difíceis pra portadores de fibro.
Se antes já não éramos vistos com a devida atenção, agora a coisa vai ficar bem pior!!!
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